sábado, 25 de fevereiro de 2012

Masoquismo, Desconsideração, Luta, Amizade e Palco do Rock

Acabou o Palco do Rock 2012. Acabou o carnaval. Acabou o milho. Acabou a pipoca.

Porém, o trabalho prossegue, os trabalhos das bandas prosseguem e enquanto há vida, vamos em frente!

No entanto, lendo um pouco sobre o Palco do Rock nas diversas redes sociais, pude ver que o público está cada vez mais egocêntrico. Pelo simples fato de uma banda não satisfazer sua vontade, o festival é tachado como ruim, ou "está ficando cada vez pior". E isso acaba tendo apoio de bandas e pessoas que trabalham junto ao Palco do Rock, ou que se aproveitam do Palco do Rock para arrecadar em benefício próprio (seja lá o que for).

Para alguns, o Palco do Rock só deveria ter banda de Thrash Metal. Para outros, só as bandas de Punk/HC salvam o evento. Outros já se agradam se a maioria das bandas for de Death Metal. Onde fica o respeito nessas horas? Onde fica o respeito de um ano inteiro trabalhado para respeitar os gostos alheios e, no final de tudo, cuspir na cara de quem te respeitou? O Palco do Rock, desde seu aniversário de 15 anos vem conseguindo trazer atrações independentes respeitadas em todo o país pela mídia especializada. O que dizer de Korzus, Inocentes, Plebe Rude, Cólera, Claustrofobia, Torture Squad, Phantom Rockers, Keter, Suprema, Dead Fish, Astafix, Karne Krua, Pastel de Miolos, Desgraciado, Etno, Clamus, Vivendo do Ócio, The Honkers, Agrotóxico, Vendo 147, Ulo Selvagem, Malefactor, MInus Blindness, Mercenárias, Álvaro Assmar, Cama de Jornal, Baranga, Velhas virgens, Behavior, Forka, Confronto, Gritando HC, Ação Direta... e tantas outras bandas locais e de outros Estados...

É olhar demais pro próprio umbigo e pro umbigo da turma. O Palco do Rock tem essa diversidade há anos e o rock independente é assim. Não é só Metal e nem só Punk e nem só HC. Os festivais no mundo inteiro sabem o que é isso e o nosso provinciano pensamento não nos deixar variar. Obviamente não peço a ninguém para gostar de algo que não lhe apetece, mas o mínimo é o respeito. Respeito à produção que faz aquilo acontecer de graça para o povo; respeito às bandas que tocam; respeito ao gosto alheio. Se todos entendessem que respeitar é o mínimo que podemos fazer quando o assunto é gosto pessoal dentro do universo Rock and Roll, dariamos um daqueles enormes passos para o que clamam tanto há milhões de anos: União.

Que união é essa tão pregada por bandas e público? Eu só vejo o contrário! Tem banda reclamando picas porque a grade saiu em cima da hora, porque o horário da banda mudou em cima da hora, porque o som em cima da palco não estava o esperado, porque o cabo do microfone era curto, porque o tempo de show é curto, porque abrir show é ruim, porque ser a última banda é ruim. Porém, pouquíssimas bandas, aliás só uma, se dispôs a ajudar quando viu que havia algum problema para que a grade atrasasse esse ano. Um integrante dessa banda se dispôs ao que fosse possível. Antes de criticar a ACCRBA se dispôs a ajudar.

Poucos de vocês sabem como é difícil organizar e fazer funcionar o Palco do Rock. É um festival grande, cheio de atrações, egos e, para completar, com envolvimento público nas esferas municipal e estadual. São contas a prestar. Documentos. Inúmeros números e formalidades até que se cumpra 100% do exigido para que aquilo possa acontecer e as bandas possam ser pagas dignamente. Poucas foram as bandas que saíram com a diretoria da ACCRBA para se indignar publicamente contra o que estava sendo feito contra nós. Bandas que talvez nem existam mais (algumas). Porém, somos os errados o tempo todo.

Nós já sabemos que não vamos agradar 100% e não pretendemos agradar 100%. Pretendemos fazer sempre o Palco do Rock que agrade a quem quer ser agradado. Quem se sentir assim, daremos nossos olhos como atenção. Quem não se sentir assim, resta reclamar, como em todos os anos anteriores...

Reclama, mas vai... Se não gosta do que vai tocar, fica em casa ouvindo MP3 no celular, no computador... se reúne com os amigos e faz o seu carnaval com seus amigos que gostam das mesmas coisas. Não vai bagunçar ou depois falar que não presta.

E você, banda, que reclama entre seus “chegados” (que fazem os estardalhaços nas redes sociais), ainda não sabem que o equipamento e a responsabilidade dele é da empresa contratada pela prefeitura, que é a provedora da estrutura de palco, som e iluminação? Claro que sabe, até porque, às vezes, são bandas antigas em produções da ACCRBA, mas que nunca saem satisfeitas com nada.

Esse ano eu não pude estar todos os dias do PDR, pois meu trabalho mortal (Aê Sid Grimm!) me obrigou estar com ele em alguns momentos e aproveito para pedir desculpas às bandas que não fui tão prestativo como nos outros anos. Quero pedir desculpas pelos maus entendidos de outros anos (Aê, Dimensões Distorcidas!). Quero agradecer pelas novas amizades: Dio e Toninho (Gritando HC), os caras da Warcursed, enfim... Parabéns aos amigos pela realização, força e fé! Estamos de pé... Firme e forte!! Interessante é que as bandas de fora chegam aqui e querem ajudar de alguma forma e tem banda local cuspindo na nossa cara, brigando conosco, mesmo sem saber da missa a metade. Consideração é assim: um dia eles querem enfiar no rabo da gente, mas a gente tem sistema de trava!!!

Novamente digo que quem não gosta das bandas que lá tocam deve procurar alternativas, seja na época ou não. Com certeza alguma coisa vai ser melhor. O que não entenderemos é ir para falar mal... isso, de fato, parece masoquismo

3 comentários:

kall disse...

Eu estava falando exatamente isso com uma pessoa, antigamente as pessoas iam pro PDR pra se divertir, agora todo mundo quer aparecer, seja falando mal, seja por ter uma banda e se achar que já é estrela, ou revoltadinho por ñ ter a banda aprovada e ficar descendo lenha na produção e por aih vai. No PDR eu tenho um misto de felicidade e ódio, as vezes dá vontade de voltar pra casa no meio do festival, mas acaba que os poucos amigos e o interesse de ver as bandas falam mais alto. Teve gente que colocou no facebook q ia ficar em casa por ter banda ruim e tava lá no primeiro dia abraçando Sandra. FOCK OFF.

Veu Rocker disse...

Achei ótimo quando um integrante da Desgraciados disse que reclamamos de barriga cheia. Sim, mas barriga cheia pode causar indigestão. E há muita coisa não digerida nesse Festival.

Sabe porque apenas algumas bandas se pronunciaram com relação a suas queixas? Medo. Elas tem medo de dizer o que pensam. O PDR é um puta evento, é. 99,99% das bandas querem tocar lá mesmo com todas as suas imperfeições, é claro. E as que já tocam/tocaram não querem nem pensar em perder o espaço, conseguido com muita luta.

Seria muito fácil as bandas apontar o que lhes desagradou, mas já repararam o tom de ameça que é usado por vocês? As pessoas têm medo de se pronunciar, justamente por medo de represálias.

Sabe o que parece? Proteste e não tocará mais aqui. Veja bem, eu disse parece.

Sim, temos a barriga cheia. Mas será que é justo uma banda ter tratamento diferenciado de outra? Seja pela sonorização (empresa terceirizada não significa transferência de responsabilidade), seja pela alteração repentina do horário das apresentações (vide o duvidoso mal passar de um vocalista da banda posterior),seja pelo tempo do show.

Esse último item, ao que parece, digo parece novamente, pois a gente, o público, nunca sabe ao certo todos os acordos firmados previamente entre ACCR-BA/Bandas.

Me pergunto, o que leva uma banda, que se prepara o ano inteiro, a aceitar tocar num tempo reduzido, pois as estrelas internas e externas brilham mais?

Não desmereço a importância do Festival, mas ressaltar suas falhas é deveras importante e esta Associação deveria acatar isso como críticas construtivas. Aliás, todo mundo sabe diferenciar o que é construção e o que é recalque.

Há aqueles que bradam ao vento, sempre haverão em todos os seguimentos, e há aqueles que procuram os dirigentes da ACCR-BA para falar de suas queixas. Esses, sim, devem ser ouvidos e nunca cerceados. Que tal contra-atacar o argumento e não o argumentador? Vamos refletir.

Será que diminuir a quantidade de bandas é a solução? É justo conosco, a maioria do público sem carro e sem grana, ficarmos horas a fio esperando o primeiro transporte coletivo? É justo numa cidade com tantas bandas boas os profissionais terem suas chances reduzidas?

Acredito que haja um outro caminho. Porque não uma reunião-feedback com todos os participantes, inclusive um representante voluntário do público para discutir diretrizes?

Não vou me ater a gostos e quereres particulares, como os citados no texto. Quero Metal, quero HC. Essa discussão já se esgotou por si só, sem argumentos. O que se quer, acredito piamente, são justificativas para as falhas citadas e compromisso em saná-las. Queremos um Palco do Rock cada vez melhor e isso não significa agradar a todos (pois, nem o melhor dos homens conseguiu).

Por fim, quero parabenizá-los, é claro, pelo ótimo Palco do Rock. Quero parabenizar as bandas, que nas redes sociais, deram sua cara a tapa, mas como disse, entendo perfeitamente os que não fizeram e não o farão. Obrigada a todos que direta ou indiretamente fizeram o espetáculo acontecer.

Obrigada, PDR 2012.
Até 2013!

ACCRBA blog disse...

Nós já reconhecemos os nossos erros e já estamos nos reunindo para melhorarmos isso da melhor forma. Porém, não vamos dar o braço a torcer com os seus argumentos, Veu. Desculpe-nos.

Pode até parecer, mas nem tudo é o que parece. Mas, tem bandas que participam ou não, mas sempre exaltam o lado negativo. Sempre existem as conversinhas de bastidores que é foda de ouvir. Nos acusam de tudo que você pode imaginar e a gente tem que ficar abrindo os braços e abraçando todos... Nem você faria algo desse tipo.