RAUL SEIXAS: UM ETERNO LUTO
Por um país com menos chanchadas
Sandra de Cássia, presidenta da ACCRBA – Associação Cultural Clube do Rock da Bahia, em nota aos fãs do ilustre poeta e músico baiano Raul Santos Seixas, pelo luto que persiste:
Diante de um turbilhão efervescente de um caldeirão pra lá de diabólico que o Diabo pode poupar de esforços para aparecer e vivenciando um dito popular que o Diabo é o Pai do Rock, quem seria o Pai dos dias de hoje?
A Igreja Universal da Rede Record se mistura com a Rede Globo de TV e travam uma batalha na quais trombetas e máscaras são lançadas em meio a uma disputa por AUDIÊNCIA, somada a milhões de Dólares. Isso pode iniciar, em vários aspectos, uma guerra política.
POLÍTICA!
Nada mais que mais uma palavra que merece passar por uma alta observação analítica.
Os temas são tão atuais que podem ser sintetizados.
O que temos hoje é uma cena política vergonhosa, estúpida, uma falta de respeito generalizada para com o povo brasileiro que clama por justiça em mais de 300 pontos vitais para se ter uma vida ao menos digna neste País.
O que diria Raul Santos Seixas que nasceu em Salvador, capital da Bahia, em 28 de junho de 1945 e saiu para outra dimensão em São Paulo, 21 de agosto 1989?
“...eu do meu lado aprendendo a ser louco...”
Raul, que teve sua vida marcada pela busca de muitos entendimentos musicais, sociais e políticos, morreu desgostoso. Quem sabe imaginava diante dos próprios olhos distantes toda esta podridão que somos obrigados a conviver no dia-a-dia.
Raul, se estivesse entre nós, certamente criaria a sua melhor e maior melodia e o ROCK estaria mais expressivo. Certamente muita gente já havia entendido que sua arte, que lhe rendeu expulsão do País na ditadura, é muito maior que quaisquer símbolos culturais que nos atribuem e, dessa forma, não ousaria usá-la nas suas mensagens para festas de comemoração de sua promoção a títulos de sua partida.
Para ponderação de tudo, lembro que li em algum lugar em meio a um depoimento de um fã de Fortaleza que disse: “Raul foi tão diferente, que nunca morreu aqui, ele sempre morou em outro lugar”.
Raul sempre foi revolucionário e polêmico. Nunca se submeteu aos caprichos dos poderosos. O segredo da popularidade do que fez e deixou tinha como base as prevenções e previsões das situações sociais por acontecer mais tarde e antes que findasse seu suspiro ele disse: "TENTE OUTRA VEZ". Um legado de composições com letras fortes e contextualizadas o revelava, enxergando o mundo sempre à frente.
Assim é o rock baiano e somos nós da ACCRBA, que saúda sua memória e seus fãs e manifesta a falta deste artista baiano e, com uma homenagem singela, caminhamos em busca de alternativas para uma sociedade falida.
Salve o ROCK BAIANO!
Em tempo, a ACCRBA, com intenção de manter viva a memória de Raul Seixas, idealizou o projeto Dia Municipal do Rock e escolheu a data de seu aniversário para homenageá-lo [Lei Municipal 5.404/98]. Essa homenagem tem tomado proporções maiores. Outros Municípios e Estados vem aderindo ao feito. Também tramita a instituição de um dia Nacional do Rock, que deverá ter a mesma data que o Dia Municipal do Rock de Salvador.
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